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Alergia tem cura?

Quando procuramos um profissional de saúde, invariavelmente buscamos esses três objetivos: diagnóstico, prevenção e cura, ou solução de um problema. Na maioria das vezes, satisfazemo-nos somente quando as três questões são respondidas. Na alergia não é diferente.

No entanto, é comum ouvirmos a seguinte afirmação: “Me disseram que alergia não tem cura”. Em parte, essa afirmativa pode estar correta. Porém, se analisarmos um pouco mais a fundo, veremos que existem outras facetas na mesma questão. Convido você a percorrer algumas delas nas linhas abaixo.

De forma simples, define-se como alergia uma resposta exacerbada (hipersensibilidade) do nosso sistema imunológico a um estímulo externo específico– “alérgeno”, e que volta a ocorrer toda vez que entramos em contato com esse estímulo. Logo, vemos que a resposta está ligada a uma memória do sistema imunológico. Esta reação poderá ser imediata ou tardia, dependendo do tipo de mecanismo de memória desenvolvido, que pode ser mediado por anticorpos ou por células. E para que essa memória seja criada, o organismo necessita ter entrado em contato com aquela substância pelo menos uma vez. Ou seja, aqui já encontramos uma diferença em relação à crença comum: ninguém nasce alérgico, mas se torna alérgico no decorrer da vida.

Peguemos, por exemplo, uma alergia alimentar. Um determinado indivíduo, após um rodízio de pizza, começa a sentir coceira no céu da boca, nas mãos, inchaço nos lábios e ou nos olhos. Ele procura um pronto atendimento, onde é avaliado, medicado e posteriormente liberado e orientado a procurar um médico alergista para prosseguir sua investigação.

No consultório do especialista ele conta sua história. Neste momento, todos os detalhes são importantes, pois, como já vimos, a alergia poderá se desenvolver em qualquer fase da vida e um simples abacaxi, ou um dos temperos utilizados, por exemplo, poderá ser a causa do quadro. Muitas vezes, a utilização, da mesma colher para mexer mais de uma panela de alimentos poderá ocasionar a reação. Outras informações também deverão ser investigadas, como o tempo para a reação iniciar, o uso concomitante ou prévio de medicamentos, o histórico de alergia pessoal e familiar, a prática de atividades físicas próximas ao início do quadro, a situação emocional do paciente etc.

O profissional experiente poderá chegar ao diagnóstico de que se tratou de um quadro alérgico ou não, e solicitar exames específicos. Dentre os exames a serem solicitados, estão a dosagem de um anticorpo específico para cada alérgeno suspeito e a realização, quando indicada, de testes alérgicos. Tanto os exames específicos quanto os testes alérgicos devem ser interpretados sob a luz da experiência e do conhecimento de um profissional especializado, uma vez que o mero resultado positivo não indica necessariamente que aquela pessoa seja alérgica.

De qualquer maneira, numa consulta com um especialista, o paciente já sairá com uma orientação para prevenir novas crises, além de medidas a serem tomadas caso uma reação ocorra. Uma das indicações poderá ser a dessensibilização, ou seja, oferta de quantidades progressivas do alérgeno em questão e em períodos controlados, para que o organismo se “acostume” ao contato com tal substância.

Veja que, como a alergia trata-se de uma característica adquirida como memória pelo sistema imunológico, o termo cura definitiva realmente não poderá ser empregado. No entanto, uma boa investigação, poderá diagnosticar o problema e oferecer soluções para que o indivíduo possa prevenir e lidar com o problema da forma mais tranquila possível.

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